domingo, 27 de junho de 2021

X Seminário - Conferência de 29/05/21


Em 29/05/2021, Clarissa Metzger, do Fórum do Campo Lacaniano São Paulo, foi nossa convidada para a terceira conferência do X Seminário da EPCFL-Brasil no ABC, sob o tema “O Sintoma e o Psicanalista na Pólis”, e com o título “PSICANÁLISE: UM TRATAMENTO PARA O SOCIAL?”

Clarissa nos trouxe questões sobre como o psicanalista lida com as demandas sociais na pólis, sobre como isso aparece na clínica e nos cuidados para que o psicanalista mantenha sua posição dentro do consultório diante dessas demandas.

Assim, Clarissa nos convoca a pensar sobre a subjetividade de nossa época. Em tempos de pandemia, ao nos colocarmos para atender sujeitos socialmente vulneráveis, quais cuidados devemos tomar diante desse tipo de demanda? Como pensar a questão do pagamento por aqueles que não têm condições financeiras de pagar por uma análise?

Esse encontro também nos convocou a pensar sobre como se organiza o psicanalista na pólis, diante do cenário político e das manifestações sociais.

É importante lembrar que o tripé da Psicanálise sempre pode nos orientar diante das situações políticas que se colocam, já que na teoria psicanalítica trata-se do sujeito e da sociedade.


Agradecemos por mais uma vez a presença, contribuições e questões da Clarissa Metzger no ABC.


Felipe Augusto de Oliveira

domingo, 16 de maio de 2021

X Seminário - Conferência de 24/04/21

No dia 24/04 recebemos Isloany Machado do Fórum do Campo Lacaniano de Mato Grosso do Sul, para a segunda conferência do Seminário da EPFCL – Brasil no ABC.

Isloany nos proporcionou uma conferência leve abordando o tema do Seminário "O sintoma e o Psicanalista na Pólis. Ela escolheu falar sobre o ato analítico, trazendo também a dimensão poética do enigma inconsciente. Iniciou falando sobre o primeiro ato analítico, a aposta de Freud, ouvir o que não era levado em consideração na medicina da época para desvendar o mistério dos sintomas histéricos, dadas as relações de poder estabelecidas entre médico e paciente. Ouvir o que não era dito senão pelos sentidos dos sintomas, foi a aposta de Freud, replicada por cada analista quando convoca o sujeito a falar, reinaugurando em cada análise o ato psicanalítico. A partir deste fio foi tecendo uma prosa em que falou da psicanálise e a conversa com outros saberes na pólis, da entrada em análise, do par analista-analisante em intensão e seus efeitos na extensão, e da discursividade inconsciente que faz laço. Nos falou da política do sintoma, da crença no sintoma e do “não querer saber nada disso” do sujeito. Para ilustrar a estrutura de linguagem do inconsciente e de como o sujeito faz laço com isso, trouxe cuidadosamente um recorte clínico que nos proporcionou momentos de reflexões acerca da poética inconsciente e de  como as associações do analisante e o ato analítico  ressoam e tem efeitos, desfazendo o sentido do sintoma. Fazemos uma aposta da qual só temos notícias depois... O sujeito tem um saber sobre si, fica à deriva da linguagem. Há atos do analista e atos do analisante. Ato é corte, ruptura, hiância, separação do seu desejo do desejo do Grande Outro! Para finalizar, nos presenteou com um escrito literário vivo de desejos, deixando uma brisa leve no ar, uma brisa que fez movimento... Isloany, agradecemos sua presença e suas contribuições. Estou certa que em breve nos encontraremos para prosear, ainda mais...

Rosemeire Helena Constante


DEPOIS DE UM TEMPO,

uma análise nos revira do avesso, e tudo o que antes queríamos esconder, se torna o jardim de nossas mais belas verdades.
Depois de um tempo de análise, a falta já não dói, porque você descobre que ela é feita de matéria intransitiva. 
E depois de um tempo, todos os seus abismos continuam sendo abismos, mas o que antes parecia pertencer a um território estrangeiro, se reveste da língua materna, porque uma análise nos traduz de nós para nós mesmos.
E todos os objetos caem por terra, um a um, por serem substitutos daquele primeiro, porque ele, o primeiro, é aquele que não é: sem substância, sem substituto, sem existência, pura presentificação da ausência.   
Depois de um tempo, a solidão não é mais assustadora, porque mesmo sabendo ser uma fração, você ainda é um número inteiro. A matemática é outra. 
Depois de um tempo você percebe que a dor do outro é do outro, que não diz respeito a você, assim fica mais fácil oferecer o bálsamo que é deixar falar. E falar é, a um só tempo, derrubar as paredes, conviver com os escombros por um longo tempo, e construir outra coisa, que é ainda a mesma coisa, só que diferente. O cimento é outro. 
Com o tempo, você faz o luto de tudo aquilo que cai, mas o que antes era dor de morte, se torna celebração de vida. Porque o amor não morre, mesmo quando parece morrer. Ele atravessa o tempo e pode ficar encapsulado esperando a estação certa para germinar. O que morre é o invólucro, aquilo que precisa morrer para que haja a explosão da vida em sua existência mais bruta. E quando você cai em si, tem flor por todo lado, e dentro, e fora, porque não há mais dentro ou fora. 
Depois de um tempo, as dores ainda doem, porque são dores, afinal, e só o que elas sabem fazer é doer, mas como tudo, nada é para sempre, e você se permite sentir, sem amortecedores. 
Depois de um tempo, por mais que no início você quisesse se fazer outro, como se fosse possível abandonar a si mesmo, você chega ao seu início, momento princeps, numa arqueologia que te leva às suas pinturas rupestres, marcas iniciais, traço que te diz quem você é sem que precise emitir sequer uma palavra. Um traço que sempre esteve ali, mas só foi possível de frente para trás, depois de voltas e voltas, e voltas. 
Numa análise a gente vai e volta, não só com as palavras, mas com o corpo, porque corpo também é palavra. Um corpo nunca é só um corpo, mesmo quando acaba, porque se tem uma coisa que não acaba é palavra. O que não quer dizer que não acabe nunca. Acaba. Palavra é infinita. Análise é finita. O inconsciente é um mundo. A castração, muro. E contornamos mais um pouco, e um pouco mais, ainda, sem saber o que está por vir, porque só agora a gente tem a coragem necessária para olhar de frente para adiante. Ainda que haja coragem do início ao fim, posto que nossos horrores provocam nauseangústias, há uma coragem de fim, porque agora tudo está reduzido ao mínimo. Não há bagagem depois que atravessamos a vi linha de chegada. Apenas com o essencial em mãos, entendemos que a linha de chegada é outro início, partimos do mesmo lugar, mas o destino é outro, novo porque desconhecido. 
Só depois de um tempo de análise é que nos permitimos o novo.

Obs.1: perdoem a hora, perdi o sono, porque mesmo depois de um tempo de análise, nada garante uma noite tranquila. 

Isloany Machado

terça-feira, 13 de abril de 2021

Abertura do X Seminário

Iniciamos o X Seminário da EPFCL-Brasil no ABC com a presença de Gonçalo Galvão. Começando com a discussão sobre o psicanalista na Pólis e o papel do sintoma, sustentado enquanto política da Psicanálise. Destacando o aspecto de Real do Sintoma, nos disse Gonçalo: “O sintoma não é só uma mensagem a ser decifrada, mas também uma forma de gozar”. “O Sintoma pode ser interpretado por uma via, há um destino possível para o sintoma em uma análise, mas há algo mais que se coloca aí... se tem algo que vai pela via da interpretação, tem algo que insiste pela via da repetição”.  E Gonçalo termina com a seguinte provocação: como usar o saber acumulado pelo psicanalista, daquele construído na sua análise principalmente para modificar a relação entre as pessoas na Pólis? A sorte está lançada!


Leonardo Pereti 

quinta-feira, 4 de março de 2021

Atividades 2021:

 A seguir, confira nossas atividades de 2021. Todos os nossos encontros serão online, via Zoom, com emissão de certificado aos interessados. As atividades terão início na segunda quinzena de março. Faça sua inscrição!


Módulo de Leitura:




Rede de Pesquisa:





Seminário do Campo Lacaniano:



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Abertura Atividades de 2021

 


Olá a todos e todas,
Depois de um ano de muito trabalho, ano em que inauguramos e demos continuidade às atividades do nosso Fórum de uma forma remota, quando as relações e os encontros virtuais passaram a ser a realidade de todos, podemos dizer que concluímos nossa tarefa com grande satisfação.
Aproveitamos para anunciar que em breve daremos início às nossas atividades de 2021, cujas datas serão divulgadas em breve, ressaltando que a princípio continuaremos a trabalhar de forma online com a expectativa de podermos retomar nossos encontros presencialmente assim que possível.
O FCL Grande ABC Paulista (em formação) no ano de 2021 terá, além do X Seminário da EPFCL-Brasil no ABC que acontece mensalmente, outras atividades tais como funcionamento de cartéis, Seminário de membro de Escola semanal, eventos livres, lançamento de canal com vídeos, início dos trabalhos de Formações Clínicas entre outras atividades.
Aguardem a divulgação do calendário de atividades com mais informações!
Acompanhem nossas redes sociais:
Instagram: @fcl.grandeabcpaulista
Facebook: @forumlacanianograndeabcpaulista

Contate-nos:

email: fcl.grandeabcpaulista@gmail.com
WhatsApp: (11) 95302-4503

Que 2021 seja um ano de muito trabalho e partilha!

sábado, 11 de julho de 2020

Já encontrou seu Cartel?

Escrevo estas linhas em nome do Fórum do Campo Lacaniano do Grande ABC Paulista (em formação) para convidar aquela ou aquele que deseja se engajar na realização de um cartel, dispositivo de base da Escola de Lacan.

E como funciona?

O cartel é um dispositivo de formação que visa a propiciar, como ponto de partida, um encontro entre cartelizantes (de três a cinco pessoas), para depois elegerem outro(a) colega para a função do “mais um” (+1). Desse modo, constitui-se um grupo de trabalho, com tempo determinado, para propiciar a circulação da palavra, acerca da letra lacaniana, e apostar na constituição de uma grupalidade que permita sustentar um paradoxo: só (em seus impasses clínicos), mas conectado a outros colegas, em torno de temas, textos ou seminários. Como exemplo, poderíamos imaginar que alguém declarou interesse, em nosso mural virtual de carteis em formação, em estudar o conceito de metáfora delirante, advindo do Seminário 3 – As Psicoses. Uma vez declarado este interesse, outro alguém preocupado com o tema do manejo da transferência no tratamento da loucura endereça à instituição sua intenção de se agregar em cartel, que avança em sua constituição, até o momento em que os cartelizantes consigam atingir o número mínimo necessário para se reunirem e convidar o +1, que não necessariamente é um expert no tema eleito.

O cartel, como dispositivo de formação, é potente, pois convoca o cartelizante a assumir um papel ativo na realização de sua pesquisa e à elaboração de um texto-síntese do percurso de estudo. Este é o ponto! Estamos, assim, em conformidade com um dos “impossíveis” de Freud – o educar. Não há como produzir uma significação pelo outro e, em função disso, esta subversão na posição subjetiva do cartelizante – como agente ou protagonista de sua própria pesquisa, em diferença à clássica posição de aluno, é absolutamente formativa, pois incrementa seu recurso para atravessar o texto lacaniano, sobretudo quando se materializa um texto autoral do cartelizante advindo de suas próprias inquietações teórico-clínicas. É por esses argumentos que nos interessa propagar a cultura dos carteis no Grande ABC Paulista e região.

A ideia é sustentar, como as Jornadas de Carteis, encontros de tempos em tempos, que constituem oportunidades para os/as colegas exporem seus respectivos produtos, elaborações e textos autorais, em laços de trabalho. A direção é expor ao outro aquilo que se produziu ante às interrogações que os impasses clínicos fazem à nossa respectiva ignorância.

Nesse sentido, aproveito o ensejo para convidar todos/as para nossa primeira Jornada de Carteis do FCL-Grande ABC Paulista (em formação), a ser realizada em 2021, com data a ser confirmada. Trata-se de importante aposta, pois permite atestar o quão formativo é expor a respectiva clínica e decorrentes elaborações teóricas ao outro em um laço de trabalho, agregando, em conformidade com Lacan, um quarto pé ao “tripé freudiano” de formação do analista: análise pessoal, supervisão e teoria.

Esta é nossa aposta; este é nosso desejo; esta é nossa construção! Isso posto e sem mais delongas: já encontrou seu cartel?

Maurício Hermann
Coordenador da Comissão de Carteis do FCL/Grande ABC Paulista (em formação).

X Seminário - Conferência de 29/05/21

Em 29/05/2021, Clarissa Metzger, do Fórum do Campo Lacaniano São Paulo, foi nossa convidada para a terceira conferência do X Seminário da EP...